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Modos gregos são escalas diatônicas derivadas. Ou seja, todo modo grego é uma variação de escalas maiores, menores harmonicas e menores melódicas.
Modos Gregos Maiores
No post em que discorremos sobre os modos, explicamos que cada grau de uma escala pode gerar um modo, de forma que os mais conhecidos são:
- Jônio: Gerado a partir do I grau da escala maior natural, dessa forma, esse modo é idêntico à escala geradora. Portanto, a escala maior natural é o próprio modo jônio.
- Dórico: Esse Modo é gerado a partir do segundo grau da escala maior natural.
- Frígio: O modo frígio é gerado a partir do terceiro grau da escala maior natural.
- Lídio: Um dos modos gregos mais interessantes, é semelhante à escala maior, entretanto com o IV aumentado. Dessa forma, escalas maiores com quarta são modos lídios.
- Mixolídio: Outro modo bastante interessante. Semelhante à escala maior natural, mas com o VII menor. O modo mixolídio é muito usado em composições regionais nordestinas.
- Eólio: Modo grego caracterizado por possuir terça menor, sexta menor e sétima menor em relação à tônica. Esse é, portanto, a escala menor natural.
- Lócrio: Modo menos funcional. Possui, dessa forma, segunda menor, terça menor, Quinta diminuta, sexta e sétima menor.
Os modos gregos apresentados acima, apesar de serem os mais populares, não são os únicos modos utilizados em gêneros musicais como o Jazz. Tambem podemos tirar modos com sonoridades bastante interessante, das escalas menores, conforme apresentaremos a seguir:
Modos Gregos da Escala Menor Harmônica
Podemos reconhecer uma escala menor harmônica pela sonoridade. Os graus característicos são a terça menor, sexta menor e sétima maior, produzindo, portanto, um intervalo de segunda almentada entre os graus VI e VII.
Apresentada a estrutura da escala menor harmônica e sua estrutura, passemos a observar, portanto, os modos derivados dela.
Antes de apresentarmos os modos das escalas menores, porém, é importante destacar o uso dos bemóis e sustenidos na indicação dos graus das escalas modais.
A escala de referência que usamos como padrão para determinarmos os graus das escalas diatônicas é a escala maior natural.
Analisando a escala maior natural a partir dos intervalos que se formam entre a tônica e as demais notas, teremos intervalos maiores e justos conforme a figura abaixo.
Sendo assim, toda alteração nesse padrão de intervalos deve ser grafado antes dos graus de cada escala.
I Grau – Modo Eólio com Sétima Maior
O primeiro modo gerado pela escala menor harmônica é a propria escala menor harmônica. Trata-se, dessa forma, de uma escala com terça menor e sexta menor.
A distância entre a nota do VI e do VII grau é de segunda aumentada.
II Grau – Modo Lócrio com Sexta Saior
Se pensarmos na escala menor harmônica a partir do II grau encontraremos uma escala com segunda menor, terça menor, quinta diminuta e sétima menor. Uma escala muito parecida com o modo lócrio, porém com sexta maior.
bIII Grau – Modo Jônio com Quinta Aumentada
O terceiro modo da escala menor harmônica é semelhante à escala manior na tural, entretanto com a diferença de ser uma escala com quinta aumentada.
IV Grau – Modo Dórico com Quarta Aumentada
Tocando a escala menor harmônica a partir do quarto grau, obteremos um modo parecido com o dórico, ou seja, uma escala com terça menor e sétima menor como notas características. No entanto acrescenta-se outra nota característica que é a quarta aumentada.
V Grau – Modo Mixolídio (b9) (b13) ou Frígio Maior
Embora a nomenclatura de frígio maior seja bastante contestável devido à natureza maior dessa escala, o mixolídio b9, b13 é o um dos modos mais usados nos arranjos musicais. Trata-se da execução da menor harmônica a partir do quinto grau.
bVI Grau – Modo Lídio com Nona Aumentada
No sétimo grau da escala menor melódica, encontramos o modo lídio com nona aumentada. Trata-se de uma escala maior com nona e quarta aumentada.
VII Grau – Modo Superlócrio com Sétima Diminuta
Finalmente, a partir do sétimo grau da escala menor harmônica, encontramos o modo superlócrio com sétima diminuta. É, portanto, uma escala menor com segunda menor, Quarta diminuta, quinta diminuta, sexta menor e sétima diminuta.
Pode-se chamar essa escala de Alterada com sétima diminuta, pois essa escala se parece bastante com a escala formada pelo sétimo grau da menor melódica (trataremos dela a seguir), com o diferencial de ter a sétima diminuta.
Modos Gregos Gerados a Partir da Escala Menor Melódica
Da mesma forma que podemos tirar modos da escala menor harmônica, é possível fazer uso de sonoridades bem características a partir dos modos da escala menor melódica.
Vale relembrar que a escala menor melódica é uma escala parecida com a escala maior natural, porém com o diferencial de possuir terça menor.
I Grau – Dórico com Sétima Maior
O primeiro modo da escala menor melódica é a própria, dessa forma, as notas da escala menor melódica tocada a partir do primeiro grau formam o modo dórico com nona menor. Ou seja, uma escala que, como o modo dórico possui terça menor, porém com sétima maior em relação à tônica
II Grau – Frígio com Sexta
Tocando a escala menor melódica a partir do segundo grau, encontraremos o modo frígio com sexta maior. Ou seja, uma escala que possui segunda menor, terça menor, sexta maior e sétima menor em relação à tônica.
bIII Grau – Lídio com Quinta Aumentada
No grau bIII da escala menor melódica, podemos encontrar o modo Lídio com Quinta aumentada. Esse modo caracteriza-se por possuir quarta e quinta aumentada em sua formação.
IV Grau – Mixolídio com Quarta Aumentada ou Lídio b7
Um dos modos mais importantes na construção de solos e arranjos de gêneros musicais como o Jazz. O mixolídio (#4) ou lídio b7 é um modo que se caracteriza pela quarta aumentada e sétima menor, possuindo, dessa forma, uma sonoridade ambigua.
V Grau – Mixolídio b13
Mixolídio b13 é um modo que possui sexta e sétima menores em relação à tônica. Esse modo é encontrado no quinto grau de qualquer escala menor melódica.
VI Grau – Lócrio com Nona
O sexto grau de uma escala menor melódica é preenchido pelo modo lócrio com nona, isso porque, apesar de ser bem parecido com o modo lócrio, essa escala possui nona maior em relação à tônica.
VII Grau – Modo Superlócrio, a Famosa Escala Alterada
Por fim, no sétimo grau temos uma das mais sofisticadas escalas usadas no jazz, a escala alterada. Por possuir uma sonoridade tensa, essa escala pode funcionar muito bem em acordes dominantes.
Apresentadas todos os modos das escalas menores, precisamos ressaltar a importância aplicadas em gêneros musicais que usem desses artifícios. Conhecimento teórico sem aplicação é inútil porque toda teoria parte necessáriamente da prática musical.