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Ler partituras é uma habilidade que destaca músicos mais profissionais dos amadores. A partitura, assim como a escrita, é um registro que possibilita a execução musical de peças de forma precisa sem a necessidade de um professor. Dominar partituras é um diferencial no estudo de arranjos, pois possibilita maior visibilidade das estruturas rítmicas, encadeamentos harmônicos e a melodia. Ler e escrever partituras também é um excelente exercício mental, principalmente para o desenvolvimento de percepção rítmica. Pensando nessas vantagens, preparei uma série de posts para dar um passo a passo para se aprender a ler partituras. Segue aí!
Da mesma forma que desenvolvemos um sistema de registro de comunicação através da escrita. Na idade média, começou-se a estruturar padrões de escrita de melodias para registro das músicas eclesiásticas. Esse tipo de registro rudimentar criou as bases do nosso sistema atual de notação musical, a partitura.
A Pauta Musical
A partir das estruturas rudimentares criadas na idade média, fomos evoluindo nosso sistema de notação ao ponto que, hoje, a pauta musical possui cinco linhas horizontais e paralelas entre si, entre as linhas há quatro espaços.
Cada linha ou espaço podem ser grafados de forma a representar uma nota musical.
Notas Musicais na Partitura
Como já sabemos, as notas musicais são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si, e se relacionam respectivamente em ordem de altura, repetindo-se em ciclos cada vez mais agudos. Cada ciclo de notas é chamado de oitava.
Entendendo que, quanto mais alto o degrau em que uma determinada nota estiver, mais aguda ela será, pense na mesma lógica aplicada na pauta. Ou seja, as notas mais agudas estarão nas linhas e espaços superiores às notas mais graves.
A pauta convencional nos oferece 05 linhas e 04 espaços para grafar notas musicais, mas, a maioria dos instrumentos e arranjos musicais lidam com extensões sonoras maiores que as nove notas. Para dar maior extensão e possibilidade de notas na pauta, costuma-se usar linhas e espaços suplementares que são grafados acima ou abaixo da pauta, para grafar notas mais graves ou mais agudas que a extensão convencional da partitura oferece.
Tessitura Musical
Antes de falarmos das posições das notas na pauta, porém, é necessário discorrermos sobre tessitura musical.
Chamamos de tessitura musical a extensão que abrange certo número de notas musicais possíveis em cada instrumento. Se pegarmos uma tuba, por exemplo. Notamos que a extensão de notas possíveis é mais grave que as notas da tessitura de um saxofone alto. Mesmo que ambos sejam instrumentos de sopro, o formato dos instrumentos possibilita a variabilidade de extensões sonoras possíveis.
Outro bom exemplo que podemos dar é a de um quarteto de cordas. Percebe-se que os instrumentos de arco, têm formatos muito parecidos, sendo diferentes quase que apenas no tamanho. Essa diferença faz com que os violinos sejam agudos, as violas sejam médias e os cellos juntamente com os contrabaixos sejam mais graves.
Identificando Oitavas
Os instrumentos possuem variabilidade de extensão sonora e tessitura, um exemplo de instrumento com grande extensão é o piano que possui 88 teclas, conforme a figura a seguir:
Na figura acima, podemos ver que o piano está colorido de forma que cada cor representa uma oitava. Nesse site, temos um post em que falamos da posição das notas no teclado, para ler, é só clicar aqui. Por ora, basta dizer que a nota Dó marca o início de cada oitava e todas as notas Dó estão marcadas com uma seta. As oitavas são numeradas porque, quando representamos uma nota na partitura, a representação é precisa da nota em sua oitava.
Claves Musicais
Sabendo que há uma variedade tão grande de notas musicais, podemos concluir que a pauta musical isoladamente não oferece informações suficientes para localização das notas nas linhas ou espaços. Para termos como localizar a exata nota que a partitura pede, precisaríamos de pontos de referência que indicariam em qual tessitura estariam as notas. Esses pontos de referências são as claves musicais.
Clave de Sol
A Clave de Sol é desenhada a partir da segunda linha e indica que a segunda linha da pauta será localizada a nota Sol da terceira oitava (Sol3), portanto, as notas vizinhas à segunda linha serão a nota Fá no espaço abaixo e a nota Lá no espaço acima. Essa clave é usada na notação de instrumentos com tessitura mais aguda, pois abrange a oitava 03 e 04 confortavelmente.
Clave de Fá
Para instrumentos com tessitura mais grave, a clave mais recomendada é a de Fá, desenhada a partir da quarta linha da pauta, marca a nota Fá2.
Há notações em que a clave de fá é colocada na terceira linha, entretanto, essa posição quase não é encontrada nas partituras modernas.
Clave de Dó
A Clave de Dó é usada em partituras de instrumentos médios. A clave de Dó pode ser grafada na primeira, segunda, terceira ou quarta linha, sendo mais comum encontrá-la na terceira linha. A clave de Dó marca a nota Dó3.
Conclusão
Se unirmos as posições de todas as claves em suas respectivas localizações, teríamos a seguinte pauta.
Perceba que a nota Dó3 localiza-se na primeira linha suplementar superior da pauta regida pela clave de Fá, na primeira linha suplementar inferior da clave de Sol e na linha de marcação da clave de Dó.
Temos aqui todas as informações necessárias para se encontrar as notas dentro de suas respectivas tessituras na pauta musical. Dito isso, encerro esse post propondo exercícios de memorização.
Porque a Escola de Música On tem tudo para se aprender música.
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